sexta-feira, 22 de outubro de 2010

sobre as viagens que eu fiz.



E então eu arrumei as malas, peguei meu ingresso e fui. Destino: SWU. Primeira parada: Campinas.
Alguma parte de mim nessa viagem viajou também. Peguei aquele avião sem imaginar que eu voltaria diferente. Perdão, MUITO diferente.
Não sei se foi o ar seco que toma conta de SP inteiro, se foram as pessoas que revi, ou se foram aquelas que conheci. Talvez tenha sido tanta energia boa junta, ou aquela letra que bate fundo no meu peito, uma poesia cantada, quem sabe tenha sido aquela melodia que embalou meus pensamentos para longe, muito longe. Tão longe que quase consegui me ver de fora. E quando me vi assim, de uma perspectiva que eu não conhecia, tudo se clareou. De repente, tudo começou a se conectar. E a fazer tanto sentido, que até me surpreendi com a minha capacidade de respeitar o que estava sentindo.
Me reconheci. Me encontrei comigo mesma de novo. E senti uma paz imensa por isso. Lógica e emoção se uniram, compreenderam-se, deram as mãos. Uma aceitou a outra, e pararam de brigar para ver quem tinha mais força. Meu lado racional analisou todas as situações, meu lado emocional pontuou o que sentia em cada uma delas e, como já dizia Papas da Língua, o dia amanheceu em paz.
Sem esforço para esquecer, sem lutar contra o que sinto. Eu guardo as lembranças num cantinho escondido, mas com uma luz acesa. Não, elas não foram embora, e talvez nunca irão. Talvez nem devam ir. Mas enquanto elas ainda passam pelo processo de entender que são apenas lembranças, eu vou aos poucos diminuindo a luz e deixando elas descansarem. Algo como uma criança, que os pais colocam para dormir com o abajur aceso, até que ela pegue no sono, tranquila, e eles possam desligar a luz. 
Porque em breve o sol chega novamente, anunciando um novo dia, uma nova história, um novo amor.