quinta-feira, 9 de agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

eu não divido a mesa com o passado.

ontem li algo em algum lugar que dizia mais ou menos assim: a depressão vive no passado, a ansiedade no futuro. isso pra mim foi uma mensagem muito clara e simples - as pessoas estão sempre angustiadas porque não entendem a importância do presente. é no presente que está a felicidade. e todo mundo já falou isso um milhão de vezes por aí, mas na hora de colocar em prática, são poucos, pouquíssimos, os que de fato conseguem.
porque o passado, convenhamos, guarda uma certa nostalgia. uma ilusão de segurança, porque já está lá, sacramentado, não pode mudar. e quem não consegue sair disso, meu caro amigo, morre de tristeza. vive uma vida povoada por uma infinidade de coisas que já não existem mais. e também não entende quando bate em uma porta e ninguém vem abrir. o endereço não é mais o mesmo, quem você procura, se mudou. quem se prendeu no passado acha que pode entrar e sair da vida dos outros assim, quando quer. perdeu a noção do tempo e achou que tudo estava lá do mesmo jeito quando deixou. mas acontece que para o passado só há uma resposta: o silêncio. não há mais nada lá. então, recolha as chuteiras, apague a luz. o jogo seguiu.
já o futuro abriga a esperança e a angústia, juntas sob o mesmo teto. é o reino dos sonhos e planos, mas também das incertezas de uma vida que ainda não é sua, pera lá. não dá pra apressar o relógio, correr na frente da roda. o mágico é perceber e aproveitar o caminho que ela percorre até chegar lá. 
é aí que vem o presente, todo lindo e cheiroso, pra quase ninguém ver. ele se esforça todo dia pra ser melhor, acorda e dorme com a gente, pra nos mostrar que está ali, ao nosso lado, acreditando no que seja lá que estamos planejando. a maioria das pessoas nunca quer ficar no presente, ou vive relembrando o passado, ou suspirando pelo futuro. mas ainda assim ele não perde sua maestria e continua, firme e forte, com todo o poder de quem carrega em si aquilo que chamamos de vida.
sempre haverá espaço para o futuro, afinal é nele que apostamos nossas fichas. e o passado já cumpriu o seu papel, não precisa ser revivido, apenas guardado em nossas memórias. o que nos falta ainda é aprender a se deliciar com o curto intervalo que habita o instante exato do aqui e agora.