segunda-feira, 1 de junho de 2015

inception

Nesse final de semana, revi um filme que, desde a primeira vez, me instigou muito: Inception, ou A Origem, do genial Christopher Nolan.
Com um roteiro cuidadosamente bem escrito e produção impecável, o longa conta a história de um ladrão especializado em roubar informações do inconsciente das pessoas através dos sonhos.
Só por isso, já vale a pena ser visto, além do elenco de peso, que inclui Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt (o eterno queridinho de 500 dias com ela e 10 coisas que eu odeio em você), além de outros nomes como Marion Cotillard, Michael Caine e Tom Hardy. Mas esse não é o tema central desse post.
De um jeito muito lúdico, o filme nos conduz a uma série de realidades projetadas pelo inconsciente, que tentam justificar ou encontrar respostas para nossas ações na vida real. Mas o ápice da confusão se dá quando, ao adentrar muitos níveis da subconsciência, o personagem (e com ele, o espectador), imerso em tanta referência familiar, por alguns instantes, não consegue distinguir qual a verdadeira realidade. O que ele vive é mesmo real? A vida que ele leva é de fato a realidade? Ou o que é real sob o olhar dos outros?
E é sobre isso que quero falar, e sobre a nossa relação com a vida real e a vida virtual. A vida que vivemos e a vida que contamos que vivemos nas redes sociais. E quantas vezes já nos confundimos com o que é mesmo real? A pessoa sentada em silêncio na mesa almoçando ao seu lado, esperando a oportunidade para falar quando você deixar de mexer no celular? Ou aquele amigo respondendo o whatsapp em outro canto do mundo? O checkin no parque, a foto da paisagem; ou o cheiro da grama, o canto dos pássaros - o que é mais real? Qual a vida que estamos vivendo? Estamos, de fato, vivendo?

Em muitos casos, a experiência passa a ser vivida pela tela do celular. Seja um show, um encontro com amigos, ou aquele lugar incrível. Perdemos segundos preciosos da mais pura vida real para registrar tudo em uma segunda realidade. Pode parecer meio exagero, mas já se tornou tão normal para todos nós, que nem percebemos mais. A tecnologia possibilitou uma infinidade de novas maneiras de estarmos conectados a qualquer momento e, ao mesmo tempo, desconectados com o presente. E a vida virtual virou uma extensão da vida real. Ou seria uma substituição?
A discussão é velha, mas enquanto houver espaço para a reflexão, há também espaço para a mudança e a evolução.